A distimia, às vezes chamada de depressão leve crônica, é menos grave e tem menos sintomas que a depressão maior. Na distimia, os sintomas de depressão podem prolongar-se por um longo período de tempo; muitas vezes, dois anos ou mais. Pessoas que sofrem de distimia também podem experimentar períodos de depressão maior – às vezes chamado de “depressão dupla”. Atualmente, em sistemas modernos de classificação diagnóstica, a distimia e a depressão crônica são citadas como “transtornos depressivos persistentes”.
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O que causa a distimia?
Os especialistas não sabem ao certo o que causa a distimia ou a depressão. Pode ser que a genética tenha um papel importante, mas muitas pessoas afetadas pela depressão não têm um histórico familiar e outras com histórico familiar não terão problemas relacionados à depressão. É possível que a depressão esteja relacionada, também, a um funcionamento anormal nos circuitos do cérebro ou nos percursos de células nervosas que conectam diferentes regiões cerebrais e regulam o humor. Os principais fatores estressantes da vida, doenças crônicas, medicamentos e problemas de relacionamento ou no trabalho também podem aumentar as chances de distimia em pessoas biologicamente predispostas a desenvolver depressão.
Quais os sinais e sintomas da distimia?
Os sintomas da distimia são os mesmos da depressão maior, mas em menor número e não tão intensos. Entre eles, estão:
- Tristeza ou humor deprimido a maior parte do dia, quase todos os dias;
- Perda de prazer em coisas que antes eram agradáveis;
- Grandes alterações no peso (ganho ou perda de mais de 5% do peso em um mês) ou mudanças de apetite;
- Insônia ou sono excessivo, quase todos os dias;
- Sentir-se fisicamente desconfortável ou desgastado, de forma perceptível a outras pessoas;
- Fadiga ou perda de energia quase todos os dias;
- Sentimentos de desesperança ou de inutilidade ou culpa excessiva quase todos os dias;
- Problemas com concentração ou tomada de decisões quase todos os dias;
- Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio, planos ou tentativas de suicídio.
Como a distimia é diagnosticada?
Um especialista em saúde mental geralmente faz o diagnóstico com base nos sintomas do paciente. Em caso de distimia, esses sintomas terão durado um longo período de tempo e serão menos graves do que em pacientes com depressão maior.
Neste caso, o médico deve certificar-se de que os sintomas não sejam resultado de uma condição física, como o hipotireoidismo.
Se você está deprimido e tem tido sintomas depressivos por mais de duas semanas, consulte o seu médico ou um psiquiatra. Ele fará uma avaliação cuidadosa, prestando atenção especial ao seu histórico psiquiátrico pessoal e familiar.
Não há exame de sangue, raios-X ou outro teste de laboratório que possa ser usado para o diagnóstico de distimia.
Como é tratada a distimia?
Apesar de ser uma doença grave, a distimia é também muito tratável. Como com qualquer doença crônica, o diagnóstico precoce e o tratamento médico podem reduzir a intensidade e a duração dos sintomas e também reduzem a possibilidade de se desenvolver um episódio de depressão maior.
Para tratar a distimia, os médicos podem utilizar psicoterapia (terapia pela fala), medicamentos tais como antidepressivos, ou uma combinação dessas terapias. Muitas vezes, a distimia pode ser tratada por um clínico geral.
O que é a Psicoterapia?
A Psicoterapia (ou terapia pela fala) é usada na distimia e outros transtornos de humor para ajudar o paciente a desenvolver a capacidade de lidar com a vida cotidiana e desafiar suas próprias crenças negativas. A Psicoterapia também pode ajudar o paciente a aderir à medicação e a hábitos mais saudáveis, e também ajuda o paciente e a família a entenderem o transtorno de humor. Você pode obter benefício de terapia individual, terapia familiar, terapia de grupo ou um grupo de apoio com pessoas que vivem com depressão crônica.
Como os antidepressivos ajudam a amenizar a distimia?
Há diferentes classes de antidepressivos disponíveis para o tratamento da distimia. O seu médico irá avaliar a sua saúde física e mental, incluindo qualquer outra condição médica e, em seguida, encontrar o antidepressivo mais eficaz e com menos efeitos colaterais.
Os antidepressivos podem levar várias semanas para atingir o efeito total. Eles devem ser tomados por, pelo menos, seis a nove meses após um episódio de depressão crônica. Além disso, às vezes, interromper o uso de um antidepressivo também pode levar várias semanas, por isso deixe o seu médico te orientar se você decidir parar a medicação.
Às vezes, antidepressivos têm efeitos colaterais desconfortáveis. Por isso, você deve trabalhar junto com o seu médico para encontrar o antidepressivo que lhe traz o maior benefício com o mínimo de efeitos colaterais.
O que mais posso fazer para me sentir melhor?
Obter um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz é um importante passo para se sentir melhor com a depressão crônica. Além disso, pergunte ao seu médico sobre os benefícios de hábitos saudáveis, tais como uma dieta equilibrada, fazer exercícios regulares, evitar o álcool e o fumo e estar entre amigos e familiares para um forte apoio social. Esses hábitos positivos também são importantes na melhoria do humor e bem-estar.
A distimia pode piorar?
Não é incomum uma pessoa com distimia experimentar também um episódio de depressão maior, ao mesmo tempo. Isso é chamado de depressão dupla. É por isso que é tão importante procurar um diagnóstico médico rápido e preciso. O seu médico poderá recomendar o tratamento mais eficaz para ajudá-lo voltar ao normal.