Depressão: entenda tudo sobre este transtorno

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Você compreende o que é depressão? Conheça as causas, sintomas e tratamentos, e entenda porque este transtorno pode ser tão perigoso.
 

A depressão, que não era tão conhecida em décadas passadas, tem sido cada vez mais evidenciada e, inclusive, é vista como uma das doenças mais perigosas do século.

Tanto a comunidade médica, quanto a sociedade estão reconstruindo seus conceitos sobre os transtornos depressivos. De fato, trata-se de um problema que requer cuidado e atenção especial, se levarmos em conta que uma de suas consequências é o suicídio.

A prevalência da depressão atinge pessoas de todas as faixas etárias, gêneros e classes sociais. Os índices de suicídios também são alarmantes.

Este é um quadro que se instaura silenciosamente, muitas pessoas carregam esse fardo sozinhas, sem que ninguém ao redor compreenda o que está havendo. Por essa razão, é fundamental que todas as informações sobre depressão sejam amplamente divulgadas.

Continue acompanhando este artigo, e conheça tudo sobre depressão: causas, sintomas, critérios diagnósticos, prevalência, tratamentos e todas as demais informações necessárias.

 

O que é depressão?

O TDM- Transtorno Depressivo Maior, popularmente conhecido como depressão, integra o grupo dos Transtornos do Humor. É causado, principalmente, por fatores internos (neuroquímicos), mas também pode se desenvolver a partir de estímulos externos (ambientais).

A depressão acarreta, sobretudo, alterações no humor psicológico, mas ela vai além, e traz sérias consequências para o indivíduo em sua totalidade, abrangendo aspectos físicos e cognitivos.

A pessoa deprimida tem todo o seu padrão de pensamentos alterado. Sua visão sobre o mundo fica deturpada, o que é refletido na ausência de prazer e falta de vontade de viver (anedonia).

Este quadro desencadeia o sentimento permanente de profunda tristeza, desânimo, falta de disposição e energia, desinteresse por qualquer atividade, mesmo aquelas que antes eram prazerosas.

O sujeito com o humor deprimido tem sua autoestima afetada, suas relações interpessoais são prejudicadas, sua tristeza se manifesta no jeito de andar, de falar e em todas as suas atitudes.

Em resumo, a depressão compromete todo o comportamento funcional do indivíduo e, além da mente, o corpo também sente os efeitos da doença: surgem as somatizações, que são os sintomas físicos gerados pelos transtornos psicológicos.

Tudo o que estiver mal resolvido na mente, o corpo sente!

    

Causas da depressão

Os transtornos depressivos têm, sobretudo, origem biológica, ou seja, são gerados por desequilíbrios neuroquímicos, que resultam da quantidade insuficiente de neurotransmissores.

A depressão também pode ser ocasionada por eventos ambientais, ou pode resultar de uma combinação de fatores (internos e externos).

  • Causas endógenas

Nos casos de depressão endógena, existe uma predisposição biológica para o desenvolvimento da doença. Isso ocorre devido à diminuição da atividade de determinados neurotransmissores, como serotonina, dopamina e noradrenalina.

Esses compostos neuroquímicos são responsáveis por importantes funções físicas e psíquicas, como: manutenção do humor, estímulo e controle motor, excitação física e atividade mental.

Nos quadros mais agravados, é necessário tanto o acompanhamento psicológico quanto o psiquiátrico, já que a administração de fármacos psicotrópicos auxilia na regulação do funcionamento do Sistema Nervoso Central.

  • Causas exógenas

A depressão exógena, também definida como depressão reativa, ocorre como resposta a um fator externo, trata-se da reação a um determinado evento ativador aversivo e/ou traumático.

Passar por uma ocasião trágica, como uma grande perda, ou uma situação de intensa violência (sequestro, assalto, estupro), ou ainda enfrentar a exposição constante a um ambiente desfavorável, são exemplos de eventos que podem provocar um quadro depressivo.

Outros fatores de risco para o desenvolvimento da doença são: solidão; problemas financeiros; condições sociais; problemas de saúde; estresse; histórico de depressão na família; conflitos nos relacionamentos; história de vida envolvendo abuso, maus tratos ou negligência.

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Quando não há desequilíbrio orgânico, e a origem é apenas de caráter exógeno, os sintomas tendem a abrandar em menos tempo.

 

Sintomas

Para confirmar se um quadro depressivo se instaurou, é preciso observar a manifestação recorrente de alguns sintomas, como:

  • Humor deprimido;
  • Desinteresse e desânimo para executar atividades de rotina;
  • Diminuição de libido e ausência de prazer em quaisquer atividades;
  • Perda ou aumento significativo de apetite e de peso;
  • Insônia ou excesso de sono;
  • Sentimento excessivo de culpa e desvalia;
  • Episódios frequentes de choro, desencadeados sem motivo aparente;
  • Déficits de atenção e concentração;
  • Fadiga, perda de energia, cansaço permanente;
  • Sentimento de tédio e melancolia;
  • Apatia, desesperança e pessimismo;
  • Agitação ou retardo psicomotor;
  • Falta de vontade de viver;
  • Ideação suicida.

 

Critérios diagnósticos

Existem diferenças entre o sentimento de tristeza profunda e um transtorno depressivo.

A tristeza é ocasionada por algum motivo evidente, o indivíduo consegue compreender o seu estado e suas emoções, assim como consegue sentir ao menos um mínimo interesse e prazer por algumas atividades. Seu funcionamento adaptativo também não passa por severos prejuízos.

O sentimento de tristeza é passageiro, com o tempo, ou com a resolução do problema ativador, ele se dissipa.

O transtorno depressivo é limitante, o comportamento funcional do indivíduo é seriamente prejudicado, o que significa que todos os contextos de sua vida são afetados: trabalho, estudo, lazer, relacionamentos, saúde e autoconceito.

A pessoa deprimida não consegue explicar ou compreender os motivos de sua angústia, e os sintomas são bem mais intensos e duradouros.

Para que o Transtorno Depressivo Maior seja confirmado, os principais critérios diagnósticos, de acordo com o DSM- V (Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais), são:

  1. Cinco (ou mais) dos sintomas seguintes se manifestaram pelo período mínimo de duas semanas, durante todos ou quase todos os dias, e representam mudanças em relação ao comportamento anterior do indivíduo; ao menos um dos sintomas é humor deprimido ou perda de prazer;
  2. Humor deprimido (sentimento de tristeza, vazio e desesperança). Em crianças e adolescentes este sintoma também se manifesta como humor irritável;
  3. Notório desinteresse e diminuição do prazer em quaisquer atividades;
  4. Ganho ou perda de peso significativa (variação de aproximadamente 5% do peso, durante o período de um mês); aumento ou redução brusca do apetite;
  5. Insônia ou hipersônia;
  6. Agitação ou retardo psicomotor;
  7. Fadiga e perda de energia;
  8. Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva;
  9. Dificuldade para se concentrar, organizar pensamentos e tomar decisões;
  10. Pensamentos recorrentes relacionados à morte (ideação suicida, vontade de morrer);
  11. Os sintomas desencadeiam sofrimento intenso e limitação funcional em todas as áreas da vida do indivíduo (ocupacional, social, entre outras);
  12. Os sintomas não são decorrentes do uso de nenhuma substância química ou outra condição médica.

          

Outras doenças associadas à depressão

O transtorno depressivo maior, em alguns casos, se manifesta em comorbidade com outras doenças psíquicas, dentre elas:

  • Pânico;
  • Transtorno Obsessivo Compulsivo;
  • Transtorno da personalidade borderline;
  • Anorexia nervosa;
  • Bulimia nervosa;
  • Fobia social;
  • Transtorno do estresse pós-traumático.

Sintomas depressivos mais brandos, porém mais duradouros, também são apresentados no Transtorno Depressivo Persistente, conhecido como Distimia. Os sintomas recorrentes são:

  • Falta ou excesso de apetite;
  • Insônia ou hipersônia;
  • Fadiga ou pouca energia;
  • Baixa autoestima;
  • Dificuldade de concentração e de tomada de decisões;
  • Pessimismo e falta de esperança.

Para que a Distimia seja diagnosticada, o paciente deve apresentar os sintomas na maior parte do dia, quase todos os dias, por um período mínimo de dois anos.

Episódios depressivos também constituem quadros de Transtorno Bipolar, caracterizados pelas drásticas flutuações de humor e pela alternância entre episódios de depressão e de euforia.

Além dos distúrbios psiquiátricos, diversas doenças físicas estão relacionadas à depressão. Essas patologias tanto podem ser desencadeadas, ou agravadas, pelo transtorno depressivo, quanto podem se apresentar como fatores de risco para que ele se desenvolva.

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Câncer, diabetes, problemas da tireoide, doenças cardiovasculares, osteoarticulares, gastrointestinais, entre outras, são exemplos de enfermidades que podem se manifestar em comorbidade com a depressão.

 

Prevalência

A depressão já atinge mais de 300 milhões de pessoas no mundo todo, de acordo com informações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Entre os anos 2005 e 2015, ou seja, no curto período de 10 anos, o número de casos subiu mais de 18%.

Dados da OMS, divulgados com base nos casos registrados até 2015, apontam que a prevalência na população mundial é de 4,4%.

Entre os brasileiros, esse número é de 5,8%, ocupando o lugar de segundo país do continente americano com maior prevalência da doença, sendo superado apenas pelos Estados Unidos.

 

Os Transtornos depressivos atingem todas as faixas etárias

A depressão acomete pessoas de todas as idades, não somente os adultos estão sujeitos a desenvolver um episódio depressivo, crianças, jovens e idosos também sofrem com a doença.

Na infância e na adolescência, um forte sinal de depressão é o humor irritável, o que leva muitos pais a associarem essa irritabilidade à rebeldia e comportamento inadequado.

A estimativa é de que até 3% das pessoas na faixa etária de 0 a 17 anos sofrem com depressão.

Os pais devem dedicar atenção especial ao sinal de mudança no comportamento dos filhos. O que às vezes parece ser preguiça e mau humor pode ser um sintoma de algo muito mais grave.

Na adolescência, em particular, a situação é bastante delicada. Além de toda a vulnerabilidade psíquica e a busca por identidade que o jovem normalmente enfrenta, a sociedade contemporânea tem dificultado ainda mais o ajustamento emocional dos adolescentes.

Bullying, cyberbullying, identidade de gênero, violência, necessidade de apoio, de aceitação e pertencimento, desestrutura familiar, ausência dos pais, todos estes são fatores que tendem a fragilizar ainda mais os jovens.

A terceira idade também abrange outro grupo bastante suscetível ao desenvolvimento da doença. Estima-se que até 15% dos idosos apresentem sintomas de transtornos depressivos.

Alguns dos problemas enfrentados pelos idosos, que os tornam mais vulneráveis emocionalmente, são: solidão; declínio da saúde; limitação para realização de tarefas; diminuição de atividades sociais e ocupacionais; falecimento de amigos e nostalgia ao relembrar do passado; falta de perspectiva em relação ao futuro; afastamento dos filhos, etc.

Para os familiares, fica a responsabilidade de observar com mais cuidado o comportamento dos idosos, já que os sintomas de depressão na terceira idade podem ser confundidos com efeitos de medicamentos e outras condições médicas.

 

Depressão e suicídio

Esta é uma doença silenciosa que, se não for diagnosticada a tempo, pode tomar graves proporções e culminar em suicídio.

Segundo dados da OMS- Organização Mundial de Saúde, a cada 100 portadores de Transtorno Depressivo Maior, 15 pessoas chegam a tirar a própria vida.

No ano de 2015, o suicídio representou 1,5% de todas as mortes, estando entre as 20 principais causas de óbito no mundo todo.

A maior incidência de suicídios ocorre entre os jovens de 15 a 29 anos, sendo a segunda maior causa de morte nessa faixa etária, ficando atrás somente dos acidentes de trânsito, e superando o número de óbitos por HIV e violência.

Depressão é coisa séria, e necessita de acompanhamento adequado. Mediante tratamento, o problema tem cura, mas para isso é importante que o próprio indivíduo, e as pessoas ao seu redor, estejam atentos aos sinais e entendam a seriedade da doença a tempo de reverter o quadro.

Trata-se de uma situação que se agrava aos poucos, isso significa que, quando ocorre o diagnóstico o problema já está avançado e o tratamento precisa ser mais intensivo para produzir efeito.

Na ausência de um acompanhamento efetivo, o indivíduo deprimido decide interromper a própria vida, a fim de acabar com toda a angústia e sofrimento que vem enfrentando.

Antes de chegar, de fato, a cometer o suicídio, muitas tentativas podem ocorrer. Nesses casos, possivelmente não há o desejo de morrer, mas um pedido desesperado de socorro.

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Frases do tipo: “não há mais nada que possa ser feito”, “nada mais faz sentido”, “não suporto mais carregar essa dor”, “não aguento mais viver”, “quero que esse sofrimento acabe”, são pensamentos que ecoam na mente da pessoa com depressão.

Para essas pessoas, pensar na morte parece ser a única saída que existe, a única solução para o problema.

Falar sobre suicídio ainda é algo desafiador. Na verdade, falar sobre a morte não é bem aceito na nossa cultura.

Os familiares de pessoas com transtornos depressivos, em sua maioria, fogem da ideia de que estes venham a se matar, se esquivam de tocar no assunto, não dão abertura para que eles manifestem seu pedido de socorro.

Mas, é necessário desconstruir essa postura de relutância e oferecer ajuda de todas as formas possíveis. Um momento de diálogo pode salvar vidas.

 

Tratamentos

O acompanhamento profissional adequado visa conduzir o paciente à cura da depressão e à restauração do seu prazer pela vida.

Cada caso deve ser avaliado em sua especificidade, e de acordo com o nível da doença, o prognóstico certo é estabelecido.

Além dos principais métodos, baseados em psicoterapia e intervenção farmacológica, mudanças nos hábitos de vida e terapias alternativas costumam ser opções de tratamento auxiliar.

Um método que vem ganhando notoriedade no tratamento da depressão é a hipnose. Vejamos um pouco mais sobre as formas de combater os transtornos depressivos, especialmente com hipnoterapia:

  1. Psicoterapia

Em episódios depressivos mais leves, a psicoterapia, como método isolado, sem auxílio de medicamentos, pode ser bastante efetiva.

O objetivo da psicoterapia para depressão é identificar quais são os conflitos internos do paciente, o que está errado em suas concepções, pensamentos e sentimentos e que pode estar contribuindo para a instauração e manutenção da doença.

A partir da identificação dos estímulos causadores do distúrbio, é possível trabalhar essas questões e atenuar os sintomas da depressão.

  1. Intervenção farmacológica

Os antidepressivos são indicados nos casos mais severos da doença, e devem ser ministrados em complemento à psicoterapia.

A ação desses fármacos no cérebro consiste na estabilização dos neurotransmissores, estimulando aqueles que estão em falta e inibindo os que estão em excesso, o que resulta no equilíbrio e no bom funcionamento cerebral.

  1. Terapias alternativas

As terapias holísticas também são opções indicadas como tratamento auxiliar para depressão. Seus efeitos já foram validados por estudos na área.

Segundo a abordagem holística, o indivíduo deve ser tratado em sua totalidade, buscando equilíbrio físico, psíquico e espiritual.

Algumas das opções mais procuradas são: yoga, meditação, acupuntura, musicoterapia, fitoterapia, florais, homeopatia, reiki, reflexologia e hipnose (que daremos foco mais à frente).

  1. Hábitos saudáveis

Mudanças nos hábitos de vida podem produzir bons resultados, em complemento ao tratamento da depressão.

A prática regular de atividades físicas, banhos de sol diariamente e o consumo de alimentos ricos em triptofano, ômega 3 e vitamina B12, são ações que estimulam a produção de serotonina e endorfina.

  1. Hipnose

A hipnose no tratamento de depressão conduz o paciente ao seu próprio subconsciente. Nesse momento, ele consegue acessar tudo o que está ali retido, e que está contribuindo para o seu problema.

Em seu subconsciente, o paciente se depara com traumas, bloqueios e conteúdos que ele mesmo não tinha conhecimento que habitavam sua mente.

O autoconhecimento leva o indivíduo a lidar melhor com seus estímulos internos e adquirir mais equilíbrio emocional, e isso reduz a possibilidade de reincidência da doença.

A hipnoterapia para depressão promove vários benefícios como, por exemplo, identificar as causas do problema, desbloquear lembranças e promover o autoconhecimento.

Para ler mais sobre hipnose no tratamento de depressão, clique aqui.

É importante que todos compreendam a seriedade deste transtorno, e o quanto ele pode ser nocivo, para desconstruir a ideia de que depressão é “frescura”, “fraqueza” ou “falta de Deus”, como tantos dizem.

Somente entendendo a gravidade do problema, será possível perceber os gritos de socorro que estão reprimidos em tantas pessoas ao nosso redor, e ajudá-las enquanto há tempo.