O que é Coaching e como ele pode ajudar pacientes de terapia?

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Você provavelmente já se perguntou o que é Coaching e como ele pode te ajudar na terapia, não é mesmo?
Coaching é um processo cujo principal propósito é conduzir o ser humano por um caminho de evolução pessoal. Com essa prática, diversas áreas da vida podem ser transformadas, melhorando significativamente o desempenho do paciente.

No trabalho de coaching, refere-se ao indivíduo como coachee, ou cliente. Mas, como falamos aqui sobre o processo de coaching aliado à psicoterapia, iremos usar os três termos: paciente, cliente e coachee.

O processo de Coaching costuma ser bastante relacionado ao desenvolvimento profissional e às orientações de carreira. Entretanto, esse processo engloba todos os contextos da vida de um indivíduo e reúne diversas técnicas de aplicação. Por isso, pode – e deve – ser utilizado como parte da terapia.

Este trabalho se fundamenta em diversas técnicas e estratégias, que levam o indivíduo a aprimorar todas as suas potencialidades.

O nosso potencial, em totalidade, vai muito além do que imaginamos. Se for devidamente explorado, podemos alcançar tudo o que quisermos.

Continue lendo o nosso artigo e entenda um pouco melhor o que é Coaching.  E veja como esse processo pode ajudar os pacientes em terapia.

 

O QUE É COACHING?

 

Coaching é um processo que visa melhorias e grandes conquistas em todas as esferas da vida de uma pessoa. Seja no âmbito profissional, familiar, pessoal, financeiro e, até mesmo, espiritual, essa ferramenta é bastante eficaz.

O Coach utiliza diversos recursos e técnicas que permitem uma compreensão melhor do indivíduo. E, a partir daí, traça formas de como tirá-lo do seu estado atual para que ele atinja os objetivos pretendidos.

O principal motivo de limitarmos a nossa capacidade realizadora é a falta de autoconhecimento. E é nesse cenário que surge o coach (em tradução livre = treinador).

O coach é o profissional que ajuda o paciente (coachee) a fazer emergir o máximo possível das suas forças e virtudes. Sua missão é despertar as potencialidades que estão adormecidas dentro de cada um.

Utilizando-se das estratégias certas, o coach facilita os insights do coachee e o guia por um caminho transformador de redescoberta de si mesmo.

O sucesso do coaching depende da colaboração e da aliança formada entre as duas partes atuantes no processo. Por um lado, o coach deve ser capacitado e possuir todas as habilidades necessárias para conduzir o coachee.

Do outro lado está o coachee, que precisa dispor de maturidade e comprometimento para cogerenciar esse processo de mudanças. Ele precisa estar com a mente aberta e com disposição para desconstruir e reconstruir seus padrões de pensamento.

Mais a frente, neste artigo, iremos detalhar as habilidades necessárias para que o coachee tenha participação ativa no processo de coaching. Entenda agora como essa intervenção funciona.

 

COMO O PROCESSO DE COACHING FUNCIONA?

De forma geral, o Coaching é um processo com aplicação altamente prática e com um prazo definido. Uma vez que o auobjetivo é traçado e estruturado, metas são colocadas para que o indivíduo consiga conquistá-lo.

Através de sessões presenciais, o coach estimula em seu paciente o potencial para que ele conquiste tudo aquilo que deseja. Assim, o coachee é direcionado a tomar melhores decisões para a sua vida.

Normalmente, o coach que guiará o indivíduo por essa jornada deve reunir conhecimentos de psicologia, neurociência, administração, entre outros.

 

A ORIGEM DO COACHING

Há quem diga que o termo “coaching” surgiu durante a Idade Média, em alusão ao trabalho que os cocheiros realizavam. Estes, por sua vez, tinham a missão de conduzir as pessoas até onde elas pretendiam chegar.

Em meados do século XIX, o termo coaching se aproximou um pouco mais do conceito que é trabalhado atualmente. Essa definição começou a ser usada em menção a um tutor acadêmico particular.

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A partir da década de 50, foi firmado o trabalho de coaching como profissão. Os primeiros resultados foram vistos nos esportes. Nesse contexto, o coach (treinador) trabalhava com o propósito de motivar e preparar a equipe, mental e fisicamente.

A atuação do coach passou a chamar a atenção de outros setores profissionais, e foi no mundo corporativo que o coaching ganhou significativa evidência e comprovação de sua efetividade.

Desde então, foi notado que os maiores obstáculos que nos impedem de vencer, são nossas próprias limitações. Os grandes adversários são as barreiras emocionais: a autossabotagem.

Esse foi o início dos processos de coaching, que vêm se expandindo efetivamente em todas as direções.

 

PARA QUAIS CONTEXTOS O COACHING É INDICADO?

As estratégias de coaching podem ser aplicadas em situações e âmbitos diversos. Isso abrange as ramificações do Self Coaching (treinamento pessoal) e do Business Coaching (treinamento profissional).

Antes de focarmos na importância do trabalho de coaching aliado à terapia, vamos conhecer um pouco da atuação do coach em contextos variados.

Veja alguns exemplos de atuação do profissional de coaching:

  • Coaching Familiar

A família é a primeira instituição à qual o ser humano pertence. Assim como em qualquer outra instituição social, o ambiente familiar também está sujeito a conflitos. Na verdade, o contexto familiar carrega a maior parte das origens dos conflitos humanos.

Quando os integrantes do grupo familiar têm dificuldades em gerir suas emoções e solucionar os problemas, as dificuldades se agravam. A falta de harmonia dentro de casa pode culminar em separações e desestruturar o desenvolvimento emocional dos filhos.

O coach familiar ajuda os integrantes do grupo a descobrirem quais são os seus papéis dentro da família. Cada qual, estando ciente de como pode cooperar para a harmonização do lar, assume suas responsabilidades.

Nesse ambiente, o coach mantém uma visão sistêmica do grupo, e consegue identificar quais são os pontos que precisam melhorar.

  • Coaching afetivo

O processo de coaching afetivo, ou coaching de relacionamento, visa exatamente equilibrar a vida afetiva do cliente.

Neste trabalho, o coach desempenha o papel de facilitador para que o coachee estruture sua vida amorosa. Ele é levado à reflexão sobre como seus pensamentos e padrões comportamentais podem influenciar seus relacionamentos de forma negativa.

O trabalho de coaching afetivo é destinado tanto às pessoas que estão em busca de um novo relacionamento e estabilidade emocional, quanto para aqueles que já se encontram em uma relação séria, mas não conseguem driblar as dificuldades da vida a dois.

  • Coaching financeiro pessoal

Diferente de consultoria financeira que oferece soluções pontuais e pré-definidas, o coach financeiro pessoal promove o aprendizado do cliente.

Neste processo, o coachee desenvolve habilidades econômicas e aprende a modificar seus hábitos e gerir suas finanças.

Utilizando-se de medidas didáticas, o coach financeiro pessoal auxilia seu cliente a administrar seus ganhos e despesas e atingir suas metas, como trocar de carro, programar uma viagem, etc.

  • Coaching esportivo

O coach esportivo é um grande aliado dos atletas. Ele identifica as barreiras que impedem o esportista de alcançar sua alta performance.

Com o coaching esportivo, os atletas aprendem a responder positivamente e lidar com as pressões físicas e psicológicas do mundo dos esportes.

O coachee, neste processo, passa a aprimorar suas potencialidades e atingir alto desempenho na prática esportiva.

  • Coaching de emagrecimento

O coach de emagrecimento, ou coach nutricional, leva o cliente a enxergar as raízes da autossabotagem. A pessoa que enfrenta problemas com o peso, com frequência, é movida pela fome emocional e não pela fome orgânica.

Por que emagrecer é tão difícil se todos sabem que o caminho para isso é a reeducação alimentar? Porque, primeiramente deve ocorrer a reeducação cognitiva, a mudança nos padrões de pensamento.

O trabalho de coaching de emagrecimento ajuda o coachee a substituir a comida por outros reforçadores positivos, recuperar sua autoestima e reconstruir sua autoimagem.

  • Coaching de inteligência emocional

Inteligência emocional é a habilidade de gerir as próprias emoções e compreender as atitudes e sentimentos das outras pessoas.

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Essa é uma habilidade que muitas pessoas não possuem, mas que pode ser desenvolvida. Pessoas com inteligência emocional se relacionam muito bem com os demais, e tem alta capacidade de resolução de conflitos.

O coach de inteligência emocional conduz o cliente a um processo de autoanálise, onde ele aprende a identificar suas emoções e equilibrá-las. Assim como, aprende a ter mais empatia e flexibilidade para lidar com as outras pessoas.

  • Coaching de carreira

Quando se fala em coaching, essa é a área de atuação mais lembrada. Atualmente, o coach de carreira tem um vasto campo de trabalho. Isso também se deve ao fato de que muitas pessoas não estão satisfeitas com a profissão que exercem.

O coach de carreira direciona o cliente a reencontrar a paixão pelo seu trabalho, ou a assumir coragem para seguir novos caminhos.

Durante este percurso, o coachee identifica suas verdadeiras aptidões e segue em busca de autorrealização. Não se trata apenas de conquistar sucesso profissional, e sim de encontrar no trabalho uma fonte de realização pessoal.

Além dos contextos que foram apresentados aqui, o processo de coaching possui abrangência ainda maior. Inúmeros outros cenários podem ser melhorados com a intervenção de um coach, tanto no âmbito pessoal quanto profissional, entre eles:

  • Coaching de comunicação e oratória
  • Coaching de liderança
  • Coaching corporativo
  • Coaching de moda e beleza
  • Coaching para concursos
  • Coaching de aprendizagem
  • Coaching de saúde e bem estar
  • Coaching de marketing e negócios

Essas informações são para você ter ideia do quão abrangente e transformador é o trabalho de um coach. Agora, vamos retomar o foco e prosseguir com a importância do coaching aliado ao processo terapêutico.

 

QUAIS AS DIFERENÇAS ENTRE COACHING E PSICOTERAPIA?

Muitas pessoas ainda confundem coaching e psicoterapia. Por serem processos que guardam algumas semelhanças, há quem pense que se trata da mesma experiência. Mas não é bem assim.

Tanto no processo de coaching quanto no acompanhamento terapêutico, existe um profissional que conduz o paciente (ou cliente) por um caminho de reflexão em busca de soluções. No entanto, são duas formas de intervenção que se baseiam em diferentes técnicas.

Na psicoterapia, quem acompanha o paciente é um profissional com graduação em psicologia. A intervenção possui caráter clínico.

Geralmente o psicólogo é procurado quando a pessoa está enfrentando conflitos que interfiram negativamente na sua vida. Ou ainda, quando o paciente é encaminhado por profissionais de outras áreas para confirmação de diagnóstico e acompanhamento de transtornos psicológicos.

Nas sessões de terapia são utilizados métodos e técnicas psicoterápicas, a começar pela anamnese. Com respaldo em uma profunda investigação clínica, o psicólogo identifica a fonte dos problemas, avalia os sintomas e fecha o diagnóstico.

A partir disso, o tratamento psicológico é feito com vistas a reduzir os sintomas e o sofrimento do paciente.

Claro que a psicoterapia também é eficaz para aqueles que apenas buscam maior autoconhecimento. Mas essa ainda é uma prática de poucos adeptos. Persiste a crença ultrapassada de que “psicólogo é para loucos”.

Voltando ao coaching: quem procura este tipo de acompanhamento é direcionado a atingir objetivos específicos. O coaching é um processo que tem o foco no futuro, no alcance de metas, no empoderamento do ser e na execução de planos de ação.

Na terapia, a efetividade do tratamento deixa grande responsabilidade sobre o terapeuta. Certamente, é essencial que o paciente esteja disposto a confiar e desnudar sua psique.

Já no processo de coaching, o cliente é o maior responsável pelo sucesso da jornada. Ao coach cabe apenas mostrar os caminhos para nortear o coachee, a caminhada depende dele.

 

A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO ATIVA DO COACHEE

Para que as metas sejam alcançadas e o processo de coaching seja finalizado com excelência, o coachee deve cogerenciar. Não se trata apenas de participar e ser direcionado, mas de estar 100% atuante e comprometido com as mudanças.

O coachee já possui dentro de si todos os recursos necessários para sua transformação, ele só precisa fazer essa força aflorar.

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Além da participação ativa no processo, algumas competências básicas são necessárias para que o coachee tenha um alto desempenho:

  • Responsabilidade

Toda transformação deve partir da compreensão de que algo precisa ser mudado. O coachee deve assumir a responsabilidade sobre suas escolhas e sobre a sua vida.

Deve abandonar as antigas desculpas, lamentações e atribuições dos acontecimentos aos fatores externos. Deve assumir que está em suas mãos o poder transformador.

  • Capacidade de expressão

O caminho para acessar os recursos internos é saber se expressar, externalizar o que está oculto.

O coachee precisa ter, ou desenvolver, a habilidade para identificar suas verdadeiras vontades e seus sentimentos. E quando verbalizar, isso deve ser feito sem entraves ou meias verdades.

  • Gestão das emoções

No decorrer do trabalho de coaching, surgem momentos intensos que demandam profunda reflexão e escolhas delicadas.

Para lidar com isso de maneira construtiva, o coachee precisa ter equilíbrio e saber gerir suas emoções.

  • Potencial realizador

Por fim, o coachee deve dispor de toda sua capacidade realizadora. Deve colocar seus planos de ação em prática antes e depois do processo de coaching.

As forças e virtudes que podem promover a evolução pessoal já estão dentro de cada pessoa, só precisam ser trabalhadas.

 

COMO O PROCESSO DE COACHING PODE AJUDAR OS PACIENTES?

Apesar de serem diferentes, o Coaching e a terapia podem ser complementares. O objetivo dessa junção de intervenções é ajudar o paciente a evoluir e atingir seus objetivos com mais eficiência.

A seguir, listamos alguns dos principais benefícios desse processo:

1 – O coaching ajuda a melhorar a assertividade

Quando realizado em conjunto com a terapia, o Coaching ajuda o paciente a ser mais objetivo e assertivo. Isso é refletido em todas as esferas de sua vida que precisam ser melhoradas.

Se o objetivo imediato de um paciente é mudar de carreira, por exemplo, o Coaching irá ajudá-lo a definir metas e prazos para que esse fim seja alcançado.

2 – O paciente aprende a fazer melhores escolhas

Outro benefício do Coaching é ajudar o paciente a fazer melhores escolhas para a sua vida. Quando combinado com a terapia, é possível aumentar o autoconhecimento do paciente.

A partir daí, as técnicas de Coaching são aplicadas para que ele consiga analisar de forma mais consciente e tomar as melhores decisões.

3 – A zona de conforto é alterada

Muitas vezes, o indivíduo já tomou a decisão de mudar algum ponto em sua vida com o qual não esteja satisfeito. Porém, não faz nada de concreto para que essa situação seja mudada.

O processo de Coaching tem justamente o objetivo de fazer com que o paciente tome atitudes. E, dessa forma, saia de sua zona de conforto e dê um passo em direção à sua transformação.

Além desses benefícios, a efetividade do coaching, aliado à terapia, também se reflete nos seguintes resultados:

  • Gerenciamento de tempo: o paciente aprende a vencer a procrastinação, definir prioridades e gerenciar melhor a sua rotina.
  • Orientação para a ação: fica mais fácil ter autodisciplina, colocar os planos em prática e fazer acontecer, ao invés de esperar por mudanças.
  • Determinação: dia após dia as pequenas mudanças alcançam grandes proporções. Assim, o paciente se aproxima cada vez mais dos seus ideais.
  • Amplitude de visão: o olhar estratégico possibilita analisar o caminho que será trilhado para definir o melhor percurso a seguir.
  • Empoderamento: através do processo de coaching, o paciente conhece todas as suas potencialidades e assume o poder e o controle sobre sua vida.
  • Autorrealização: finalmente, depois de atravessar toda a jornada de autoconhecimento e realizar todas as transformações necessárias, o resultado é a plena autorrealização.

Com as técnicas aplicadas no processo, o seu paciente entenderá mais a fundo o motivo pelo qual tomou essa decisão de mudança. Assim, passará a compreender quais meios tem criado para que os objetivos sejam alcançados.

Em resumo, o Coaching pode ser muito positivo para o processo terapêutico. Principalmente porque a autoestima e confiança do paciente aumentam quando ele começa a ver resultados práticos e atingir seus objetivos.

Ao mesmo tempo, a terapia permite que o autoconhecimento seja intensificado durante o processo de Coaching. Por isso, reitero que são intervenções complementares, uma não substitui a outra.

Ficou mais claro o que é Coaching e como ele pode ajudar os pacientes em terapia? Caso ainda restem dúvidas, deixe um comentário que tentaremos ajudar da melhor forma possível.